Vamos lá então, ser um bocadinho desagradáveis.

O que mais me desgostou nas cerimónias fúnebres do Rei Eusébio foi a pouca adesão dos Benfiquistas da minha cidade.

Quem participou no funeral de Sá Carneiro e de Amália Rodrigues não pode deixar de ficar desiludido com a pouca participação Benfiquista. 

Quando vi que estavam apenas 10.000 Benfiquistas na Catedral senti como se um punhal me tivesse sido espetado no coração. Aposto que se fosse o 'cricri' a vender cuecas ou o 'anão-argentino' a mostrar as Bolas de Ouro estava o Estádio cheio. 

É verdade que era a uma segunda-feira e que chovia muito, não dava muito jeito, uma maçada mesmo. O Rei não devia ter morrido no inverno devia ter esperado pelo verão, desde que não tivesse também muito calor que nesse caso a malta estava na praia e não podia ir ao funeral. 

Pois é meu Rei de todas aquelas vezes que vestiste o manto sagrado infiltrado no joelho, de todas aquelas vezes em que fintaste as dores para dares uma alegria aos Benfiquistas foram meritórias e tal mas apenas merecem um recorde de audiências na BenficaTV que a crise não deixa a malta comprar guarda-chuvas.

Estou tão triste que vou dizer uma coisa que pode parecer controversa: Desejo uma longa vida ao Pinto da Costa porque cortar-me ia o coração que ele morresse brevemente e que pudéssemos ver o antro corrupto cheio que nem um ovo, ou as ruas do Porto a abarrotar de gente, enquanto nos lembrarmos das bancadas vazias da Luz e das ruas de Lisboa apenas salpicadas de gente, um aqui, outro ali e imaginar, lá no Olimpo o Eusébio a interrogar-se: Onde estava o meu povo?