Primeiro Ministro da República Portuguesa
Exmo. Senhor Doutor Pedro Passos Coelho
Excelência,
Estará certamente espantado por esta carta aberta ser escrita num blogue afecto ao Glorioso, logo com um nome que indica ser filiado no Benfica. Pois, fique V. Exa. sabendo que tudo o que afecta o país afecta a sua maior instituição, o Sport Lisboa e Benfica que, sendo o clube com mais adeptos de Portugal, são também os seus adeptos os que mais sofrem sempre que se pedem sacrifícios aos portugueses.
Não vou, porque aqui não é o espaço, discutir os méritos das medidas ora apresentadas que, acreditando que sejam necessárias dado o desvario anterior, podiam ter algum cariz diferente.
A minha questão tem a ver com o aumento do IVA da taxa reduzida para a normal nos bilhetes de futebol:
Não discutindo, como atrás referi, a bondade desta medida parece-me justo que, uma vez tomada, ela seja majorada o máximo possível.
Quando comecei a ir ao futebol, os bilhetes não eram sujeitos ao Imposto de Transações (sim, ainda sou desse tempo) por isso em cada 20 adeptos que entravam naquelas portas pagavam todos para o Clube. Uns anos mais tarde, por cada 20 adeptos que entravam, 1 já pagava para o Estado. (isto, em clubes que têm torniquetes, contabilidade organizada e cuja a assistência não se baseie nas estrelas, nas cartas astrológicas ou no numero do autor do primeiro golo)
A partir de Janeiro de 2012 se eu for com a minha família à bola um de nós vai pagar para o Estado, seja eu, a minha mulher ou um dos meus dois filhos. É que 23% é quase um quarto do bilhete e é aí que entra a minha sugestão:
Se V. Exa. quer endireitar as contas do país e por exemplo contar com 16.000 contribuintes líquidos nos jogos da Catedral da Luz só tem de dar mais poder, não ao seu ministro das Finanças mas sim à sua ministra da Justiça pois se a justiça funcionar é natural que a assistência aos jogos de futebol aumente substancialmente.
Não esqueça V. Exa. que o futebol é um dos maiores exportadores portugueses neste momento e, apesar de alguns exportadores não darem bom nome aos nosso produtos, é uma importante fonte para equilibrar a nossa Balança de Transacções, combatendo o défice externo.
A Dra. Paula Teixeira da Cruz é mulher para limpar esta actividade, por isso dê-lhe a força necessária ou como se usa dizer, solte-lhe as amarras, a bem das nossa finanças!
Com os meus respeitosos cumprimentos subscrevo-me atentamente:
Carlos Alberto
um cidadão preocupado
P.S. (bem sei que são medidas que lhe podem causar desconforto, em termos de gostos clubisticos, mas afinal "ou há sacrifícios ou comem todos")