O mérito não é da 'estrutura', não é da direcção, não é dos jogadores nem tão pouco dos blogues que defendiam o abandono de "novos paradigmas" desculpabilizantes, o mérito nem sequer é dos adeptos, desta imensidão indefectível que sempre se manteve com a equipa.
A mudança de equipa amorfa, tristonha, pesarosa, uma lata velha pronta a ir para abate, para um rolo compressor, cheio de alegria e confiança, um potente Ferrari saídinho do stand, pronto a ultrapassar tudo e todos, tem apenas um responsável: Rui Vitória.
Ao contrário dos defensores de "novos paradigmas" que levavam o Benfica à letargia de não responder a nenhuma provocação, Rui Vitória fartou-se e respondeu ao J. lagarto com o único argumento válido: "Com a minha idade andava a lutar pela manutenção"
Esta argumentação simples factual e educada obrigou o 'pintas da Porcalhota' a responder como é seu timbre, de forma rasteira e ordinária com um ataque pessoal "não o considero meu colega" ou ainda "não tem mãos para o Ferrari" tendo ainda a ajuda dos energumes do sindicato ou da associação de treinadores.
O 'pintas', segundo os jornalistas e comentadeiros arregimentados à volta de uma mesa num Restaurante nas Avenidas Novas logo sentenciaram que tinha voltado a comer o 'chouriço' de cebolada. Como sempre. A questão é que este qui-pró-quó uniu toda uma legião em torno do Rui Vitoria.
Todos os adeptos do Benfica, mesmo aqueles que já nem podiam ver a sua cara assustada, com aquele ar de toureiro mal preparado no banco, ficaram ao lado dele. Mas o que foi de facto notável foi que esses comentários mal educados, despropositados e desproporcionais uniram a equipa em torno do seu treinador.
Onde havia tristeza da equipa e descrença no treinador passou a haver raiva na forma de jogar e defesa do seu líder por parte dos atletas.
Poder-se-à argumentar que isto é muito teórico e que a mudança talvez se tenha dado a nível táctico com alguma magia que o mister tenha descoberto em algum livro de 'druida'. Pode até ser mas para mim o ascender de Rui Vitória e a consequente queda de J. lagarto deu-se quando o primeiro se assumiu como um líder forte, o que em contraponto com as palavras do poeta, um líder forte faz forte a fraca gente.
E assim, o 35 é já ali.