segunda-feira, 25 de março de 2013

A grande 'relvada'


Mário Figueiredo dá uma entrevista à Lusa onde coloca o dedo na ferida na defesa que o governo faz da Olivedesportos, especialmente na parte em que exclui a Liga Portuguesas dos eventos desportivos de interesse publico:

O presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP), Mário Figueiredo, acusou esta segunda-feira a tutela governamental do Desporto de o tentar aniquilar e, em última instância, de afetar o organismo.

"Segundo o meu entendimento, sustentado em alguns factos e convicções, que vale o que vale, é de que há uma perspetiva, desde que coloquei em cima da mesa a questão dos direitos de transmissão televisiva, de tentar, primeiro, aniquilar o presidente da LPFP e, não conseguindo, aniquilar a LPFP. E mais uma vez centrando o futebol na panelinha em que todas as coisas se fazem nos bastidores, alimentando alguns e mantendo os clubes numa contenção financeira inadmissível", afirmou.

Em entrevista à agência Lusa, Mário Figueiredo considerou que "nunca houve um Governo, ou uma tutela desportiva, que tivesse feito tão mal ao futebol profissional em Portugal, como a que está neste momento em vigor", apontando como exemplo a exclusão dos jogos da Liga dos eventos desportivos a merecerem transmissão em canal aberto.

"Os patrocinadores fugiram. Os clubes já são penalizados pelo pouco que recebem dos direitos de transmissão televisiva, mas havia alguma exposição mediática pela passagem semanalmente de um jogo, com uma equipa 'grande' e uma das outras, e isso veio tirar valor ao mercado dos patrocínios e à sua visibilidade", referiu.

No entanto, Mário Figueiredo apontou outros casos de "incumprimento" da função governamental, como nos casos da segurança nos eventos desportivos.

"São poucos os que ultrapassam a barreira do que é aceitável e descambam na violência e esses estão identificados, mas é preciso avançar com esses processos e inibir essas pessoas de irem aos estádios. O que verificamos é que não tem sido feito nada sobre essa matéria", afirmou, salientando que "tenta-se resolver o problema da maneira mais fácil que é pegar numa caneta e num papel e fazer uma lei".

De acordo com Mário Figueiredo, as alterações legislativas imputam aos clubes "obrigações de Estado, que estão relacionadas com a punição de infratores ao nível desportivo ou até criminal".

"Não é por enchermos um estádio de polícias que vamos resolver o problema, isso é um engano. Veja-se o que aconteceu em Inglaterra, onde houve sérios problemas nos anos 80 com o 'hooliganismo' e resolveu-se retirando dos estádios os 'hooligans'", sublinhou.

Recordando que a LPFP sempre defendeu o policiamento em jogos das competições profissionais, o presidente do organismo, que admitiu desconhecer em pormenor as recentes alterações legislativas, mas "cumprindo os rácios defendidos por lei".

"O que aconteceu é que duplicou o valor da remuneração individual por polícia e, ao mesmo tempo, foi reduzido o rácio de polícias por espectadores, mas na prática o que se verifica é que continuam a ser enviados para os campos de futebol polícias em número exagerado em relação às necessidades de segurança", reiterou.

Mário Figueiredo recordou ter alertado para a iminência de uma "desgraça" nos recintos de futebol, contestando a afirmação de que "há segurança no desporto em Portugal", feita pelo ministro-adjunto e dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas, durante uma visita a Moçambique, onde considerou "uma situação pontual" os incidentes registados no estádio do Sporting de Braga, aquando do jogo com o Paços de Ferreira.

"Por isso é que eu digo que a nossa tutela é a pior que existe nos últimos anos, porque perante o que se estava a anunciar (...) era de que, em período de crise, o estádio de futebol é um cenário típico para se criar uma onda de violência difícil de controlar. Realmente, é lamentável que alguém venha fazer propaganda, dizendo que nos campos de futebol está tudo bem e poucos dias depois se viu que não estava", lembrou.


Dá para perceber porque razão o Relvas andou em almoços no Gambrinus...

4 comentários:

  1. Este Mário Figueiredo está a obrigar-me a considerar se me enganei sobre a sua "agenda"!
    Se é para dar nos azeiteiros e na "erva daninha"
    (qual relva qual crlh!) estou contigo, ó Marocas!

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  2. Desconfio, mas isso sou eu com os nervos!

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  3. Caro Agnóstico, um excelente post!

    Conclusões.

    - Verde e Relva(s) são da mesma cor e estão uns para os outros. O que a minha avozinha pede na leitaria, uma Bica à sporting, fraquinha, fraquinha!
    - Mário Figueiredo (Uiiiii), o rapaz ainda nem percebeu onde se meteu. Recordo-vos seus defensores dos "Relvados" nacionais, quem exigia a negociação "a molho" dos direitos televisivos!
    - O Máriozinho já não foi a tempo de entalar o Benfica, pois não! Pois! Converteu-se, que isto de salvar a pele da fogueira tem por hábito fazer Cristãos-Novos!
    - Decisões, decididas entre compagnons de route corruptos em redor de uma mesa, tem destas coisas. Deixar cair a utilidade publica das transmissões televisivas foi (suspeito) uma forma de pressionar os preços a pagar aos clubes.
    - Em complemento o canal publico claramente alinhado cairia nas mãos do "Charuto"!
    - Porra! Que isto da económica "crise austera" os F#$%&! Ainda bem!

    Grandes conclusões.

    - No fim de tudo isto, parece que todas as decisões "à mesa" tiveram o efeito que todos os compagnons menos esperavam.
    - Beneficiam a Benfica TV!
    - As transmissões não serão tão proximamente negociadas em pacote.
    - A Benfica TV pode afirmar-se. Tem mais tempo.
    - A pressão deflacionária dos preços pode até permitir à Benfica TV entrar e concorrer para a adjudicação de direitos dos contratos em fim de vida ou de novos que possam surgir.
    - Fundamentalmente, tornaram a sobrevivência futura da Benfica TV, menos complicada.

    PS. A não ser que o "turbo-educando e educado" sobreviva e legisle à pressa a revogação do que promoveu anteriormente (não utilidade publica). E em adição lhe acrescente a exigência de negociação de direitos em pacote, coisa que demoraria uma eternidade a implementar e resolver nos tribunais (direitos de imagem/marca/privados). Ou então afigura-se que se masturbaram, uma forma simpática de dizer F#%&$&%deram!

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