Sem hipocrisia

Quando alguém tem a percepção real de ver algo que não existe, está a ter uma alucinação:

"Alucinação é a percepção real de um objeto que não existe, ou seja, são percepções sem um estímulo externo.

Dizemos que a percepção é real, tendo em vista a convicção inabalável da pessoa que alucina em relação ao objeto alucinado, contudo muitas vezes esta vivência integra a um delírio mais ou menos coerente classificável em diferentes quadros psiquiátricos, incluindo a psicose, patologia psiquiátrica que, entre outros sinais e sintomas, se caracteriza pela perda de contato com a realidade. Entre possíveis causas das alucinações se incluem as reações à drogas e medicamentos, síndromes associadas ao stress, medo, fadiga, perturbações do sono (especialmente sua privação), infecções (Febres) e entre as psicoses destacam-se a Paranóia e Esquizofrenia.

Em psiquiatria, esse conceito foi introduzido por Esquiroll (1772-1840), como percepção sem objeto e já diferenciando esta da ilusão ou percepção distorcida.

Sendo a percepção da alucinação de origem interna, emancipada de todas as variáveis que podem acompanhar os estímulos ambientais (iluminação, acuidade sensorial, etc.), um objecto alucinado muitas vezes é percebido mais nitidamente que os objetos reais de fato." in wikipédia

Nunca estudei comunicação social mas parece-me que um trabalho jornalístico de formação da noticia deverá partir de indícios validos de veracidade da mesma, cruzando sempre mais que uma fonte de modo a confirmar a sua veracidade.

Quando um jornalista assina e publica uma noticia fá-lo com a convicção de que essa noticia é verdadeira, é a chamada 'cacha jornalistica' um facto que mais ninguém sabe.

Quando o CM e CMTV (ou outro meio de comunicação social qualquer) publicam ou emitem a noticia: "Fonte conhecedora do processo garantiu ao CM que Luís Filipe Vieira e Bruno de Carvalho têm mantido contacto, através de dirigentes da sua confiança, sobretudo depois da entrada em cena de Jaime Marta Soares, presidente da Assembleia Geral leonina, que mantém boas relações com dirigentes da Luz." está a correr o risco de não ser levado a sério.

Portanto, ou o Correio da Manhã e o seu jornalista abdicaram do trabalho jornalístico do cruzamento de fontes de forma a confirmar o máximo possível a veracidade da notícia ou apenas servem de meio de difusão de uma coscuvilhice ao nível da Dª Amélia da padaria que ouviu dizer a alguém "amigo da prima do tio da namorada do Patrício"

Ora, não querendo chamar 'padeiras alcoviteiras' aos jornalistas do CM o que podemos presumir é que eles alucinaram com a noticia e aí remete-nos para as explicações da wikipédia onde de facto as reacções às drogas me parece ser a razão mais consentânea com a situação. 

Vem isto a propósito de alguns posts de indignação que já li na Gloriosasfera e no Facebook, acerca do comunicado do Benfica (ver post anterior):

Companheiros, é óbvio que aquela linguagem e acusação dirigidas a um jornalista são absolutamente inaceitáveis mas não sei se o Nuno Miguel Simas e a demais redacção do CM, ao não verificarem a autenticidade da noticia, possam ser considerados como tal.

Outra coisa que fui lendo por aí (até a companheiros por quem tenho grande consideração e estima) e que é uma contradição insanável: Invocar a superioridade moral do Sport Lisboa e Benfica e colar uma etiqueta xenófoba ao João Gabriel mudando-lhe o nome revela mau gosto.

Pode até ser moda (se bem que não consigo entender porquê - mas aí a culpa deve ser minha que deixei de fumar há uns anos) chamar Juan ao João mas isso não torna esse acto menos censurável.

Ainda em relação a outros companheiros, (nos quais se incluem outros por quem tenho uma grande admiração) que manifestam o receio desta guerra de palavras, a esses apenas digo: os meus únicos receios são o de não lutar, pois aí, como se vê nos últimos 30 anos, perderemos sempre, e o de ver daqui a umas semanas o Patrício a assinar com o Benfica e aí todo o meu post deixa de fazer sentido e o João Gabriel (ou quem assinou o comunicado) deve ir plantar Liamba para o raio que o parta.

Tirando isso, nada receio.