Uma viagem, Um jantar, Uma renovação...

...Uma reeleição sem oposição! 

Não parece haver duvida nisso pois não? 

Vamos por partes: 

Acerca da viagem de Rui Costa a Málaga já escrevi ontem (se não leram. cliquem aqui) que tirava dessa viagem, mais especificamente da sua publicitação, uma leitura politica.

Hoje soube-se que Vieira convidou Moniz, Fernandes e Dâmaso para um jantar naquilo que poderá ser considerado uma jogada de mestre "mantendo os inimigos ainda mais perto que os amigos"  ou numa posição de grande abertura e "uma louvável capacidade de superar diferenças e concentrar energias." 

Seja qual for a perspectiva com que se veja aquele jantar a verdade é que a oposição perde força. 

Há poucos minutos o site oficial adiantou que o Benfica renovou contrato com Rodrigo, colocando uma clausula de rescisão de 45 milhões de Euros. - Querem melhor trunfo eleitoral? 

Poderia acabar aqui o post que ele já tinha muito sumo mas vou mais longe e vou acrescentar o que penso acerca disto, usando uma formula Facebookiana: NÃO GOSTO. 

Apesar de achar bastante provável que Vieira seja a escolha certa para continuar na Presidência e que se calhar mereceria de novo o meu voto e o meu apoio, acho um mau principio não haver, novamente, pelo menos duas listas candidatas - atenção, não estou maluco. sei que houve duas listas candidatas às ultimas eleições mas quando, apesar de só haver duas, uma delas fica em terceiro lugar, isso quer dizer que houve apenas uma lista e uma brincadeira - pois isso significa que as franjas, que nos últimos anos fizeram oposição 'under-ground', ficam sem representatividade e sem a possibilidade de testar o seu sentir do Benfica. 

Quando se ouve ou lê frases como "o Benfica somos nós" ou "o verdadeiro Benfica" ficamos com a sensação que há ali um projecto, uma ideia, um sentir de que quem profere essas frases acha que representa o Benfica, o 'verdadeiro' Benfica. Ora se o Benfica, o 'verdadeiro' Benfica não vai a votos ficamos com uma espécie de ETA sem Herri Batassuna ou por outras palavras, de um MFA sem PCP (para os que são mais velhinhos). 

Alguém imagina o que seria Portugal se nas primeiras eleições livres pós-queda do regime amigo dos andruptos e lagartos, o Mario Soares tivesse chamado o Sá Carneiro, o Freitas do Amaral, o Álvaro Cunhal e o  Tengarrinha para um jantar e uma lista única? Teríamos ainda hoje os SUV a dizer que representavam o Povo, o verdadeiro Povo e não tínhamos um 'ex-grande educador da classe operária' como Presidente da Comissão Europeia.

Não há nada melhor para clarificar posições e até para acabar com extremismos populistas que a realização de eleições livres e justas.

Será uma pena não haver uma lista séria de oposição...