O Y que os diferencia

Marat, rapaz de tez eslava e olho claro pões-se a caminho do Oeste, seguindo muitos dos seus compatriotas. 

Acabou por chegar, vindos das longínquas estepes a este cantinho à beira mar plantado mas ao contrário da maioria deles veio 'agenciado', ou com a 'carreira gerida' (como ele se gosta de intitular) pelo Prof. Dr. Paulo Barbosa, um espertalhão formado em literatura soviética que entrou no mundo do futebol como muitos outros, chulando um certo clube e os seus nababos dirigentes entretanto já todos, clube e dirigentes, à beira da ruína.

Nesta Santa Terra que viu partir as caravelas que deram novos mundos ao mundo, Marat arranjou abrigo ali para os lados do Lumiar onde os dirigentes eram ainda mais nababos e menos falidos. Nele se instalou e durante muitos anos, sob o pseudónimo de Izmailov foi jogando muito raramente, se lesionando, frequentemente e ausentando quando queria, para tratar do que lhe apetecesse, sem que da parte dos nababos houvesse a mais pequena intenção de o castigar, tendo até lhe dado uma benesse pelo facto de nunca ter perdido um único jogo no Estádio da Luz: renovaram-lhe o contrato obrigando o departamento médico a provisionar uma verba considerável só em medicamentos para o 'doi-doi' do russo.

A certa altura, os nababos de Alvalade percebem que o seu clube está à beira do abismo e resolvem dar um passo em frente: Eles até podem acabar mas o seu ódio de estimação (leia-se o Benfica) não pode ser campeão e vai daí, oferecem de mão beijada o russo ao seu aliado do norte e amigo de muitas ocasiões.

Lá chegado o Marat deixa o pseudónimo e adopta o nome correcto, Izmaylov. e logo passado uns dias se estreia na Catedral, uma espécie de baptismo em lugar sagrado. 

Começa a surgir a duvida em alguns meios, porque mudou Marat a vogal do nome? Alguns meios de comunicação social, os mais submyssos, passam a escrever Izmaylov não questionando o facto de durante anos ter o Marat feito o mesmo papel do Artur Baptista da Silva (que eles agora tanto criticam), fazendo-se passar por quem não era: um jogador de futebol.

Alguém escreveu que era apenas um fetiche andrupto ou um 'upgrade' que poderia até servir de exemplo ao Godynho Lopes como sugeriu a enorme Leonor, outros viram nisso uma razão de respeito para com a anterior entidade patronal (obviamente que estes eram todos lagartos) o que mereceu já ontem uma resposta com a humilhação suprema do Sporting, quando Marat após jogar 20 minutos na Luz e outros 20 na covil andrupto diz que "não estava habituado a jogar tanto e naquele ritmo". Até ao momento de Alvalade não veio nenhum comunicado repudiando essas declarações, o que se entende visto que os comunicados lagartos são, ultimamente, escritos na Torre das Antas e para eles seria estranho criticar um jogador da própria equipa.

Descartado o 'respeito' avançou-se para a questão do nome em inglês havendo quem defendesse que a diferença era que a lagartada lendo o 'mai' entre o 'Iz' e o 'Lov' foneticamente traduzia para Is My Love enquanto que os andruptos, pouco dado a carinhos aos jogadores (guardam todos para os apitadeiros) preferirem o 'talvez' que o May podia proporcionar.

Outros ainda, mauzinhos como só eles, sabendo o historial clínico do russo afirmavam a pés juntos que o Marat tinha trocado o I pelo Y porque o Y era o mais parecido com uma muleta.

Nós aqui no BENFILIADO achamos que não é nada disso, o Marat não fazia a minima ideia que se passaria a chamar Izmaylov até ver a camisola pendurada no cacifo do Estádio da Luz na sua estreia. 

Aquilo foi ideia do departamento de futebol andrupto em conluio com o Vitor 'de cócoras' Pereira  para, quando o Marat cortar uma bola na área andrupta a exemplo dos Danylos e Ayex Sandros poderem dizer que a bola bateu na mão do Y que ao contrário do I está de braços abertos.

Para os puristas* fica a pergunta: MAFIA continua a escrever-se com I ou também muda para Y? 

* Quando falamos em puristas falamos em RTP, TVI, JN, DN, RR, MaisFutebol, SAPO, Relvado.