quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Crónica de um ingénuo



Uma tarde de calor, no final da primavera de 1996, no Estádio Nacional, este vosso amigo leva uma garrafa de água, tira a tampa e armado em esperto, põe a tampa no bolso para tentar entrar no Estádio. Na porta da Bancada Central um policia revista e, obviamente, descobre a tampa da garrafa de plástico e dá, com toda a razão, uma lição moral que me deixou envergonhado. 

Fico uns metros abaixo de Jorge Sampaio, misturado com muita lagartada e eis que surge o golo do Benfica gritos, pulos, festa e pouco depois a incredulidade: Tinham ferido alguém na superior, dizia-se que tinha sido um tiro. Momentos de tensão, o jogo segue e no final João Pinto não pode receber a Taça pois a cerimónia de entrega tinha sido cancelada. Já nessa altura se sabia o que tinha acontecido e que no lugar de Rui Mendes, adepto do Sporting, podia estar qualquer um dos presentes no estádio, desde o escriba ao Presidente da Republica.

À saída com ar muito tenso está um cordão da PSP a proteger a tribuna presidencial, vejo o policia que me tinha dado a lição moral e feito parvo e revoltado lembro-me de ter dado eu mesmo uma 'rabecada' como se dizia na altura chamando-os de incompetentes e especialmente cobardes, fortes com os normais adeptos que vão com a família e fracos com as claques organizadas das quais se pelam de medo. Vi nos seus olhos vergonha pelo sucedido e só aí percebi que pelo menos aquele policia estava ilibado, ele não estava na porta da Superior Sul de onde o very light havia sido disparado. Um dos policias presentes nesse cordão  ainda tenta tirar satisfações mas um chefe mais experiente manda-o para trás e sabiamente aconselha-me a 'desaparecer dali'.

Passado uns meses fica-se a saber que o autor do disparo se chamava Hugo Inácio e que mais tarde havia de ser condenado a 4 anos de cadeia por homicídio involuntário, tendo fugido e recapturado o ano passado. 

Sempre achei a sentença correcta, achava que Hugo Inácio era apenas um jovem, completamente imbecil, que entrou com um very light num jogo de futebol e que estupidamente o accionou aquando do golo do Benfica. Um acto inconsciente que levou à morte daquele adepto do Sporting mas que podia ter vitimado qualquer um naquele Estádio. 

Ontem soube-se que Hugo Inácio foi detido por agressão a um policia no jogo Benfica-Spartak: - ó diabo, será que eu estava enganado?


8 comentários:

  1. Pois. Fui nesse dia em excursão com os NN de Lagoa e realmente à entrada do estádio nenhum policia se chegou ao pé de mim, atençao que eu levava uma mochila ás costas. No ano a seguir frente ao Boavista sem ir com uma claque organizada fui revistado de alto a baixo, é assim, entretanto já fui com as claques do Enorme ao alvalixo e também ninguém me tocou, ainda bem, tenho nojo daquela gente...
    Esse Hugo é um imbecil, igual a quem não o proibe de ir á bola, (Rui Rangel?)

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  2. Agora pergunto eu... Se foi recapturado o ano passado, como é que já estava cá fora outra vez? Por acaso ontem vi ao vivo esse incidente... A cadeira que o rapaz mandou era dirigida aos adeptos russos que se envolveram em confrontos com Benfiquistas na escadaria da varanda... E acertou num russo e num policia! Mal mandou a cadeira já tinha um policia atrás dele que tinha entrado pela zona do Gonçalves... Mal sabia o policia que tinha acertado no jackpot!

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  3. Desta vez não apanharam um foragido! Tinha apanhado o ano passado e cumpriu o resto da pena...

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  4. Onde para o ex da SAD do fcp que roubou milhoes a banca das antas ..
    Nuno Espregueira Mendes, administrador da FC Porto Multimédia e ex-administrador da SAD,

    Nuno Espregueira Mendes, administrador da FC Porto Multimédia e ex-administrador da SAD, foi condenado hoje, no Tribunal de S. João Novo, no Porto, a 6 anos de prisão efectiva por burla qualificada. O seu advogado, Gil Moreira dos Santos, vai recorrer da sentença, pelo que o cumprimento da pena fica suspenso.
    O colectivo deu como provado que Espregueira Mendes, na qualidade de gerente do balcão do banco Mello nas Antas, usou avultadas quantias depositadas por clientes, desconhecendo estes os factos, para aplicações bolsistas, usando as mais valias também para uso próprio e para conceder empréstimos com juros abaixo dos concedidos pelo banco.
    Por exemplo, emprestou ao FC Porto 2,5 milhões de euros à margem normais do banco e emprestou a Joaquim Oliveira um pouco mais de 10 milhões de euros.
    A Adelino Caldeira, administrador da FC Porto, SAD, também foi concedido um empréstimo de 2,1 milhões de euros, enquanto António Oliveira, principal accionista individual da SAD portista, foi contemplado com empréstimos na ordem dos 2,5 milhóes de euros.
    "Estas pessoas eram das relações do arguido e tinham ligações ao FC Porto e à sua SAD, da qual arguido era administrador, tendo efectuado tais financiamentos usando montantes dos depositantes do Banco Mello, montantes transferidos para beneficiarios daqueles emprestimos", refere-se no acórdão.

    Neste esquema que considerou "ardiloso", o colectivo considerou que Espregueira Mendes "geriu a seu bel-prazer mais de 100 milhões de euros e que se enriqueceu "com quantias que não se conseguiram apurar". O esquema consistia em atrair investimentos que garantia aos clientes serem para aplicações financeiras sem risco e que aplicava, sem estes o conheceram, no mercado bolsista.
    Os lucros gerados eram geridos por Espregueira Mendes ou para conceder empréstimos ou para seu uso, numa conta a que chamava "bolo".
    Como agravante para aplicação da pena que tinha como máximo 8 anos de prisão, o colectivo destacou o facto de o arguido não ter mostrado "o mais ténue juízo crítico" em relação à sua actuação.
    "Actuou como se tratasse de um banqueiro e não de um bancário que realmente era", sublinha-se no acórdão.
    Entre os clientes do banco que confiaram a Espregueira Mendes elevadas quantias contam-se Drulovic, Zahovic, Secretário e Rui Moreira.
    RECORREU E QUE LHE ACONTECEU AINDA ANDA A PASSEAR OS POMBOS NA INVICTA CIDADE COM BRILHANTINA NOS CARACOIS...
    investiguem este caso ,lindoooo

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  5. FC Porto: administrador Espregueira Mendes condenado a prisão efectiva
    O administrador da FC Porto Multimédia, Nuno Espregueira Mendes, foi condenado a 6 anos de prisão efectiva por burla qualificada. O colectivo de juízes do Tribunal de S. João Novo, no Porto, considera provado que o ex-administrador da SAD portista usou elevadas somas dos depósitos de clientes do balcão do Banco Mello nas Antas, onde era gerente, para aplicações na Bolsa, usufruindo das mais-valias e concedendo empréstimos com juros abaixo dos praticados pelo Banco. O FC Porto terá sido um dos beneficiados pelas condições especiais de empréstimo.
    O Tribunal de S. João Novo considera que Espregueira Mendes concedeu ao FC Porto um empréstimo de 2,5 milhões de euros com condições à margem das praticadas pelo Banco Mello. A Joaquim Oliveira , proprietário da Olivedesportos, terá emprestado cerca de 10 milhões de euros, enquanto Adelino Caldeira , administrador da SAD portista, terá beneficiado de um empréstimo de 2,1 milhões de euros, e António Oliveira , ex-seleccionador e principal accionista individual da SAD azul e branca, terá recebido um empréstimo de cerca de 2,5 milhões de euros. « Estas pessoas eram das relações do arguido e tinham ligações ao FC Porto e à sua SAD, da qual o arguido era administrador, tendo efectuado tais financiamentos usando montantes dos depositantes do Banco Mello, montantes transferidos para beneficiários daqueles empréstimos », atesta-se no acórdão do Tribunal de S. João Novo. Entre os clientes do Banco prejudicados contam-se Drulovic, Zahovic e Secretário , ex-jogadores do FC Porto, e Rui Moreira , presidente da Associação Comercial do Porto e conhecido adepto portista. O Banco Mello devolveu-lhes a totalidade dos créditos a que tinham direito. O acórdão realça ainda que Espregueira Mendes « geriu a seu bel-prazer mais de 100 milhões de euros » e que usufruiu de « quantias que não se conseguiram apurar ». « Actuou como se tratasse de um banqueiro e não de um bancário que realmente era », conclui o mesmo documento.

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  6. Espregueira Mendes condenado a seis anos de prisão efectiva

    Espregueira Mendes, ex-administrador da SAD do FC Porto e antigo gerente da agência das Antas do Banco Mello, foi hoje condenado, no Tribunal de São João Novo, Porto, a seis anos de prisão efectiva pelo crime de burla agravada.
    No acórdão hoje lido, o tribunal deu como provado que Nuno Espregueira Mendes «delineou e executou de um modo astucioso e cuidado um plano» no qual «oferecia aplicações financeiras (a clientes da agência das Antas do Banco Mello) com a garantia de juros líquidos superiores aos do mercado e do próprio Banco Mello».

    «Espregueira Mendes não tinha autonomia para negociar tais taxas de juro e fê-lo sempre sem autorização (do banco)», sustentou a juíza que presidiu ao julgamento.

    Quando o arguido recebia o dinheiro dos clientes para efectuar a aplicação «esse dinheiro era transferido de imediato para contas paralelas que ficavam domiciliadas na própria agência», além de essas contas surgirem «nos serviços centrais como contas autónomas», leu a magistrada.

    «O arguido transferia montantes para contas paralelas para esconder as verdadeiras aplicações e posteriormente os montantes eram usados por Espregueira Mendes, e outros funcionários, conforme os seus critérios», referiu a juíza- presidente.

    Para obter ganhos que lhe permitissem pagar as taxas de juro acordadas, Nuno Espregueira Mendes «dava ordens de compra e venda no mercado de valores imobiliários, que era muito rentável até à queda de 1999» disse a juíza.

    «As mais-valias permitiam a Espregueira Mendes ter dinheiro para creditar nas contas dos clientes, comprar novos títulos em bolsa, emprestar dinheiro, pagar despesas pessoais e fazer depósitos em outras instituições bancárias», referiu a magistrada.

    Parte das verbas conseguidas eram transferidas para uma «conta bolo», aberta em nome de Maria João Espregueira Mendes, esposa do arguido, e manobradas para dar resposta às diversas solicitações.

    Como tinha cheques da conta aberta em nome da sua esposa, Espregueira Mendes fazia depósitos de elevados montantes em contas de outros bancos, das quais era titular, tendo sido apurado um total de 285 mil contos (1,4 milhões de euros) em cheques depositados.

    No total, o esquema de contas paralelas, que funcionou entre 1998 e 1999, permitiu a Espregueira Mendes «gerir mais de 20 milhões de contos como lhe aprouve», destacou a juíza-presidente.

    Depois de Espregueira Mendes ter sido suspenso das suas actividades na agência das Antas, em Abril de 1999, o Banco Mello teve de pagar aos clientes taxas de juro mais elevadas às praticadas, sendo a diferença entre o montante recuperado e o pago superior a 3 milhões de euros.

    O Banco Mello teve ainda de pagar cerca de 64 mil euros de custos fiscais e 5 mil euros de perda de crédito mal parado, derivados de empréstimos concedidos por Espregueira Mendes.

    Durante o julgamento não ficou provado que o esquema levado a cabo por Nuno Espregueira Mendes fosse uma prática corrente do banco.

    No final da leitura a juíza-presidente justificou que a pena de prisão é efectiva para que o réu «sinta a reprovação da sua conduta», isto por considerar que o arguido «não demonstrou espírito crítico sobre o efectuado, fazendo crer que, se pudesse, voltaria a agir do mesmo modo».

    À saída da sessão o advogado da defesa, Gil Moreira dos Santos, não quis prestar declarações, dizendo apenas que este «não é um caso terminado», lançando assim a hipótese de recorrer da sentença.

    Diário Digital / Lusa


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