segunda-feira, 5 de agosto de 2013

A Guerra Civil do Benfica, capitulo II


Quanto no verão de 1982, o Presidente Fernando Martins troca o 'avôzinho' consagrado e querido por toda a gente, Lajos Baroti por um sueco desconhecido que apenas tinha ganho uma Taça UEFA pelo Gottemborg, foi, pelos que estavam então na trincheira, apelidado de inconsciente e de falta de respeito pela história do Benfica ainda para mais quando passou a ser imagem do treinador um panamá da Macieira que Eriksson usaria em todas a ocasiões possíveis.

No entanto a beleza do futebol praticado, a presença na final da UEFA desse ano e mais tarde o bi-campeonato abafaram a contestação.

Fernando Martins decide então, perante a verificação de que os 80.000 lugares eram poucos nos grandes jogos (outros tempos), que tinhamos de fechar o terceiro anel. Para isso vende Chalana e Strongberg enfraquecendo a equipa e perdendo consequentemente os dois títulos seguintes: 84/85 e 85/86.

Os sócios começam a olhar com desconfiança e apesar da espectacularidade dos 120.000 lugares nasce a piada que o Fernando Martins queria um saco de cimento a ponta de lança.

Com um futebol chato mas eficaz, John Mortimore em 1986 lá vai levando a água ao seu moinho, até que em Dezembro de 1986 resolve fazer a vontade ao 'terceiro anel' e tira da equipa Nunes. o trinco 'tosco' que ainda por cima era careca, o que não ajudava nada e entramos em Alvalade com um meio campo composto por Carlos Manuel, Shéu, Diamantino e Chiquinho o que resultou numa tareia de 7-1 a favor da lagartada. Nessa época de 1986/1987 o Benfica foi campeão apenas com uma derrota, essa, mas o futebol praticado estava longe de ter a nota artística exigida.

As eleições foram concorridissimas e à hora do fecho da votação ainda havia centenas e centenas de metros de fila pelas ruas adjacentes aos Restauradores. As urnas estiveram abertas até que todos pudessem votar e no final a Guerra Civil tinha feito outro mártir, Fernando Martins, dando a vitória ao bonacheirão João Santos com o slogan "Por um Benfica Europeu"

Constava na altura que João Santos mais não seria que o testa de ferro de Jorge de Brito um grande benemérito do clube e que tinha sido afastado por Fernando Martins, que não teria avançado na presidência por não acreditar que Fernando Martins pudesse perder.

Começa um novo ciclo na Guerra Civil do Benfica, ciclo esse que terminará na mais vergonhosa assembleia geral do Benfica, onde nós, (sim eu estive lá) sócios do Glorioso corremos com aquele que terá sido após os fundadores o Presidente que mais deu ao clube, Jorge de Brito, mas isso vai ficar para o capitulo III







P.S. Se não leu o capitulo 1... ainda vai a tempo clicando AQUI






8 comentários:

  1. Jorge de Brito acabou por dar mais ao Benfica do que lhe era possível.

    Infelizmente, mais para um lado significa menos para outro. Depois teve de sair pela porta que, como Benfiquista dos maiores que pude observar, jamais a mereceu.

    Para piorar as coisas, foi para lá o marido de uma das clientes VIP do arquitecto taveira... Foi o que se viu...

    Quanto a Martins, evito pensar muito nele. Sei do seu trabalho mas aquela tal da amizade 4ever com o peidolas...

    http://aminhachama.blogspot.pt/2013/07/fernando-martins-um-imortal-e-o-apendice.html

    Bom post Carlos

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  2. Caro Companheiro,

    Tenho lido tudo o que aqui se tem escrito sobre Fernando Martins.
    Admito que tenho sido alvo de muita admiração pelo autor desses posts.

    Que me lembre, a avidez pelo poder por parte de FM foi tanta, que só à quarta tentativa é que conseguiu o objectivo que há tantos anos almejava.

    Eu fui sempre um crítico da sua gestão e tive a possibilidade DE referir o que na altura pensava e hoje penso (exactamente o mesmo), num artigo que foi tema de 2ª página no Jornal do Benfica e que teve por título "Um Lema, Uma Bandeira".

    No entanto foi o meu Presidente durante os seus consulados. Isso foi, é e será sempre SAGRADO.

    Nestas abordagens aqui feitas há muitos lapsos, muitos erros e omissões de palmatória, mas que por respeito a Fernando Martins não irei citar.
    Em particular, teria muito gosto de "abrir o livro" ao Caro Companheiro Carlos Alberto.

    Também quero dizer-lhe que quer o Presid. Queimado quer o Presid. Martins (só a título de graça), eram dois trambolhos a falar e a vontade do FM era tanta que no debate televisivo de então engalfinharam-se os dois de tal forma que vi aquilo bastante assanhado e complicado.

    Só um pormenor. É Lajos Baroti (um grAnde treinador) e não Baroni.

    Saudações Benfiquistas
    GRÃO VASCO

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    1. Meu caro Grão Vasco

      Não há aqui nenhuma certeza histórica, apenas a visão que ainda tenho dos factos da altura.

      Óbvio que mais coisas se passaram, boas e más mas a ideia é contar a minha versão desta Guerra Civil.

      Um abraço

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    2. Este comentário foi removido pelo autor.

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    3. Caro Companheiro,

      Sou apologista do rigor, neste caso histórico e por isso fiz o comentário orientado sempre, sempre, num determinado sentido.

      Uma coisa é a nossa visão, a outra o rigor dos factos e como disse, por respeito a Fernando Martins e ao Benfica evito tecer algmas considerações que possam dar origem a qualquer tipo de polémicas.

      Como se pode constatar, por motivos óbvios não fiz e não farei, desde que aqui tem sido publicado muita coisa sobre esse consulado e sobre a pessoa de FM, qualquer contraditório.

      É que, Caro Companheiro, os Benfiquistas têm de começar a adoptar outro tipo de postura se quiserem ter o espírito ganhador e um sentimento de cultura e de vitória, que precisamente nesse consulado entrou numa espiral de decadência não se conseguindo nunca mais travar a ascensão hegemónica do inimigo corrupto que através do seu personagem principal fintou por completo a boa-vontade e a fraca visão do futuro que por essa altura proliferou lamentàvelmente no seio do Benfica.
      A megalomania de alguns traz custos e nós já não conseguimos, a partir daí recolocar o saldo a nosso favor. Nunca mais.

      Mas como disse, não quero e não me obriguem, por imperativo da Verdade, a adoptar a postura que mais abomino no Benfica e que é este espírito "democrático" das opiniões, das coisas "livres" que depois lançam o poder na rua, fazendo passar o Benfica por execráveia vergonhas e enormes humilhações - lembro-me de ter visto na TV, num outro consulado, posterior e num período de enorme turbulência consequência desse histórico, de um garrafão de vinho com a base partida, em cima de uma mesa onde estava estendida a bandeira do Benfica e de umas bestas ululantes a darem urros nas instalações - como aconteceu uns tempos após estes consulados tão incensados por alguns.

      Aqueles que passaram por tudo isto têm a obrigação de ter memória e de mostrar aos mais novos que continuam a arrastar esta postura herdada por muitos daqueles, que a sua liberdade, mesmo de opinião (os debates e as discussões acabam por ser conversa da treta), acaba sempre onde começa a dos outros.

      Mais uma vez, as minhas Saudações Benfiquistas.
      GRÃO VASCO

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    4. Grande Grão Vasco.

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  3. Estes posts, que acho deveras interessante, mostra uma vertente do SLB conhecida, mas nunca salientada... Benfica é discussão e debate feitos de paixão irracional!

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  4. Parabéns Carlos,
    esta tua iniciativa é BRILHANTE!!!

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