A entrevista - o pecado

Quando há uns dias publicámos esta imagem estávamos longe de pensar que a coisa ainda seria pior do que imaginávamos. Vieira estava a deixar queimar o treinador e a equipa com um 'timing' politico que ainda não percebemos, mas vamos por partes:

O que saiu da entrevista de ontem é que ele foi tão boa que deixou os seus 'anti' desorientados, sem conseguirem articular uma critica audaz e lógica, limitando-se a verberam contra quem apoia o Vieira ou a pinchar frase da entrevistas seguidas de 'loles'  ou 'wtfs', alguns 'omgs', desta vez não em paredes do Estádio, que o camião ainda não tinha chegado de Valbom com a tinta, mas no facebook e em comentários de alguns blogues, incluindo o nosso.

E o problema foi, parece-nos, esse mesmo: A entrevista foi tão boa que a nosso ver faltou a resposta essencial que apesar do Helder Conduto ter dado uma lição de bom jornalismo a tantos e tantos 'tadeias', 'fatuchas' e 'judites' deste país, não obteve resposta: Porque resolveu só falar agora?

Um homem que tem um jornal, um canal de televisão, um sitio oficial na internet e a maior página portuguesa do Facebook à sua disposição não apagou o fogo mais cedo, porquê?

• Fazer, como fez ontem um luto pelo final da época passada e contar mais ou menos a história da renovação de Jesus não teria sido útil ainda na pré-temporada?

• Não há duvidas que o caso Cardozo corroeu a confiança, que já era pouca, dos adeptos no treinador. O que ontem Vieira disse foi tão lógico. tão simples, tão óbvio - escrevemos aqui isto a 16 de Julho - que só consigo considerar dolo a demora deste esclarecimento, tivesse sido isto dito antes da Eusébio Cup e estaríamos certamente em diferente situação anímica.

• Ter dito o que disse ontem acerca do Roberto, do Fariña e dos outros assuntos que abordou no dia em que eles surgiram, não teria sido mais útil ao Benfica? 

A única explicação que nós encontramos para esta demora foi que o Presidente quis ver o circo a arder para perceber quem eram, junto dos seus, os incendiários e os bombeiros. 

Curiosamente, o único bombeiro que vi foi o Carlos Moia, todos os demais ou se calaram ou no caso do Rui Gomes da Silva e Silvio Cervan vieram até deitar achas ao reclamarem da 'nota artística'. Mais ninguém apareceu de extintor na mão disposto a meter as mãos no lume da massa adepta do Glorioso para defender o grupo de trabalho, o seu treinador e o seu melhor marcador. 

Se foi isto, Vieira ficou com a certeza de que é um homem só... solitário na sua Presidência sem uma guarda pretoriana na direcção, que é sempre necessária. Da entrevista, de tão boa que foi, trespassa a ideia de isolamento do Presidente.

Luís Filipe Vieira pecou ao deixar a equipa e o seu líder arder em lume brando. Pode ter provocado lesões irreversíveis.

P.S. Da entrevista ficou ainda uma outra ideia talvez ainda mais importante: a ideia do caminho que Vieira decidiu seguir mas quero  antes rever a entrevista para perceber se não terá sido impressão minha, mais logo voltamos ao assunto!