Não tenho por hábito contar coisas da minha vida pessoal mas esta não resisto:
Na passada quinta-feira estava eu em Lisboa a trabalhar e entrei num daqueles Bazares Chineses, em plena Estrada da Luz. Do outro lado do balcão, encontrava-se um imperador sem império, um jovem, compatriota dos novos donos da EDP, mas já com ar ocidentalizado, cabelo à Justin Bieber, jeans largos, que olhava para mim com ar desconfiado.
Quando me começo a apresentar o dito cujo, usa a tática do fazer de conta que não percebe o que dizemos como se estivessem ali só para ver passar as modas.
A estratégia, neste caso, passa sempre por dar a volta tentando falar de outros assuntos que possam despertar o interesse do interveniente de modo a quebrar o gelo iniciar e começar a conversa num outro tema, no caso de chineses o melhor é sempre o tempo, pois desporto ou diversão é algo mais complicado.
Desta vez vi que o cliente tinha aberto no seu computador a página da Bwin e comecei a divagar sobre futebol e sobre as hipóteses da Liga Portuguesa, de balde, ele continuava com aquele ar de ‘Shaolin’, extremamente calmo e impenetrável, continuando a responder a qualquer coisa que eu dissesse um quase monocórdico “não sabe”, o que me ia fazendo dar voltas e voltas à conversa de modo a dar a volta ao chinês.
Em mais de noventa por cento dos casos a coisa resulta mas com este estava complicada, e ele não mostrava nenhuma abertura tentando me convencer que não estava a perceber nada do que eu dizia sendo que toda e qualquer tentativa que eu fizesse se mostraria infrutífera.
Quando já me estava a despedir disse-lhe em jeito de brincadeira que ele tinha de ir aprender português, ele riu-se ao mesmo tempo que entram duas clientes africanas, muito bem apresentadas, uma mais nova e outra mais idosa. A mais nova, dirige-se ao expositor e pergunta qualquer coisa relacionada com umas calças de ganga e ele responde em bom português.
Eu olho para ele e digo: “Ah tu és malandro… faz bom negócio” e vou para a saída mas ao passar pela senhora africana mais velha reparo que é nem mais nem menos que a Sra. Dª Flora Ferreira e aí volto para trás e digo para o engraçadinho asiático:
“Olha lá, tu trata muito bem estas senhoras que são nem mais nem menos que a Rainha e a Princesa de Portugal, muito respeitinho, ok? E já que tens aqui a mulher e a filha de Rei Eusébio, sempre podes apostar aí na Bwin na vitória do Benfica na Champions” e saí porta fora sem negócio feito mas orgulhoso de ter dito aquela parvoíce e ver a cara do chinês finalmente com os 'olhos em bico'
Ah ah ah...
ResponderEliminarPode ser que tenhas sorte...
Tenhamos, neste caso!
Abraço
Os meus olhos ainda estão em forma de capela!
ResponderEliminarNem me digas nada...
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