Quanto tempo demorou a desmontar a mentira?

Logo hoje, que começámos o dia a partilhar um artigo de uma grande jornalista, somos obrigados a denunciar, e por duas vezes, o degredo em que caiu o jornalismo nacional.

Quem não se lembra da primeira página do Expresso, com o aval do jornalista director adjunto Pedro S. Guerreiro, onde se garantia que o Novo Banco saído da vigarice do BES tinha cortado o crédito ao Benfica por isso o clube ia vender todos os seus activos e não podia comprar nenhum jogador pois, ao contrário dos rivais, não tinha crédito.

Nem a nossa experiência de vida ou a lógica, nem tão pouco uma entrevista do Presidente do Benfica na televisão podiam combater este facto; na primeira página do Expresso vinha que o Novo Banco tinha cortado o crédito ao Benfica e que este tinha de pagar até Dezembro mais de 200 milhões de euros.

Tirando meia dúzia de miúdos que escrevem na internet e que vivem da mesada dos papás, mais ninguém podia acreditar nisto. Um banco, só porque sim, cortava o crédito a um dos seus melhores clientes, Ora, não consta que os 'meninos' do Expresso, a começar no seu director adjunto vivam de mesadas dos papás logo alguém naquela redacção devia ter colocado a pergunta: - "Mas vocês acham isto possível? A nossa fonte acrescentou algo que dê credibilidade a esta noticia tão inusitada?" Ninguém quis saber.

Bastou um mês para a mentira cair. A mentira caiu mas o estrago estava feito. Quem negoceia com um clube cujo principal jornal do seu país garante em primeira página que está asfixiado financeiramente? Parece-nos que era este o objectivo. Quem nos garante que os jogadores que optaram por outros clubes não ponderaram esse facto? 

Voltando ao principio e à Leonor Pinhão, jornalista cuja crónica todas as semanas publicamos aqui, filha de um grande jornalista, Carlos Pinhão, que a exemplo de muitos que fizeram o jornalismo em Portugal só têm em comum com estes vermes que agora poluem a nossa comunicação social o facto destes terem usurpado o titulo de 'jornalistas'.

Dantes um jornalista ia jovem para uma redacção e bebia os ensinamentos dos 'mais velhos' tanto profissionais como éticos. Hoje os imberbes vão com um canudo na mão e após eternidades a serem explorados como escravos por patrões sem escrúpulos que os têm anos a fio como estagiários, a maioria pagos pela minha futura reforma, crescem um bocadinho e passam a pisar tudo à sua volta começando desde logo por pisar a ética jornalística.  

O que será deste país daqui a 25/30 anos quando os imberbes que vão aprender para o Expresso, formados por criaturas tão rasteiras, forem eles mesmo directores e directores adjuntos? Pobre Portugal!!!