36 anos e meio após o 25 de Abril de 1974 eis que um dos baluartes da 'resistência' ao antigo regime volta a usar o lápis azul (nunca a cor do lápis está tão correcta) não a mando dos senhores que usavam este carimbo ou seja os Serviços de Censura mas cumprindo ordens de outro poder ainda mais sinistro e também ele escleriosado à espera da bendita revolução. O Jornal 'A Bola gabava-se nos tempos dos saudosos Vitor Santos, Homero Serpa (o desgosto que este homem não terá em ver o que o filho fez ao jornal), Carlos Pinhão, entre outros de ter sido, durante o regime Salazarista um jornal da democracia, se é que se podia chamar de democrata a alguma coisa publicada sobre o garrote da censura. Nessa altura 'A Bola' era conhecida pela 'Bíblia' não só pelo seu rigor mas especialmente por ser uma espécie de ritual quase religioso ler o então tri-semanário da Travessa da Queimada.
Quis o destino que, nestes tempos das trevas Socráticas 'A Bola' se juntasse à defunta TSF e ao até à pouco sempre correcto JN e especialmente à ex-irreverente TVI numa acção de censura de opinião.
Quero deixar bem claro que não sou comunista nem sequer de esquerda e não sou dos que acha que toda a barbaridade que os jornalistas escrevem deve ser publicada. O que não acho normal é que seja censurado um artigo de opinião que como o nome indica é opinião de quem o assina. E aqui chegamos ao facto: Os 'Gato' ZDQ e RAP deixam de escrever no Jornal 'A Bola' em virtude desse jornal ter censurado uma crónica do Zé Diogo Quintela, crónica essa que o humorista lagarto (perdão Sportinguista que este é dos bons) publicou num site afecto ao seu clube, que podem ler na integra aqui e que levou à solidariedade do RAP e 'penso eu de que' de toda a gente que ame o desporto e a liberdade de expressão.
Se calhar o Vitor Serpa também confunde a Constituição Americana com a Declaração de Independência e acha que o melhor é deixar o cavalo MST com rédea solta sem nenhum contraditório, como eles gostam.
Resta-me uma singela homenagem a esses corajosos Ricardo Araújo Pereira e Zé Diogo Quintela
Gente séria
Por fim o meu lamento pela morte de uma grande instituição:
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