Paços de Ferreira, ou a oportunidade para uma retrospectiva

Escrevo estas linhas horas antes do jogo em Paços de Ferreira, após o qual teremos, no mínimo, 6 pontos de vantagem sobre os nossos adversários azuis do norte. Se, contudo, tudo correr como nós, BENFIQUISTAS, desejamos, teremos, sobre eles 9 (nove) pontos de vantagem, e sobre os terceiros classificados – uns bichos gosmentos verdes, que fazem mais barulho do que comichão!!! – uns belos 10 (dez) pontos de avanço.

E, confesso, posso me dar ao luxo de escrever estas linhas agora única e simplesmente porque me norteia um princípio que me norteia há anos: A coerência!

A razão pela qual chamo esta qualidade e este defeito chamada coerência à baila deve-se ao facto de eu dizer o que tenho a dizer quer ganhemos quer percamos, quer empatemos os nossos jogos. Estamos em primeiro e assumo um certo discurso, porque é o que me parece mais correcto e justo, e é o mesmo que assumiria caso estivéssemos mal classificados e a lutar para fugir à linha de água. Contudo, como não jogamos de verde e branco, isso não acontece!

Para quem criticou e critica a Direcção, a equipa técnica e até – pasme-se!!! – alguns jogadores, esta senha no campeonato é a melhor (e única!) chapada de luva branca!

Para quem é Benfiquista, a vida futebolística vive-se de vitórias, não de empates. Essas vitórias em jogos ensinaram-nos a basear o nosso hábito futebolístico em vitórias em competições, e não em finais vencidas ou meras apresentações meritórias. Por isso, também, nós nos distinguimos dos demais!

Para quem é Benfiquista dos 7 costados, falarem mal do nosso Clube é falarem mal de um membro da nossa Família, e é sempre razão mais que suficiente para se dizer umas verdades acerca dos Clubes alheios! Até porque, no fundo, no fundo…. Aquilo que os outros têm é dor de corno!

Contudo, aquilo que a mim me fere é ver/ler/ouvir (supostos) Benfiquistas a falar mal do Clube, da Direcção, equipa técnica e/ou jogadores!

Eu, tal como tantos da minha idade e/ou geração, cresci com o hábito de vitória em jogos e competições. Havia jogos que só nos perguntávamos por quanto iriamos ganhar. Mas seguiu-se uma fase negra, de menos dinheiro, menor fulgor, que começou no final do reinado de João Santos (o qual, para quem não sabe, quase colocou o Clube nas mãos e na propriedade de Jorge de Brito em virtude dos empréstimos para aquisição de jogadores e pagamento de ordenados e fornecedores), seguiu-se com Jorge de Brito, e seguiu com os dois “artistas” seguintes, Damásio e Vale e Azevedo. Tivemos jogadores “desviados” por falta de dinheiro e dívidas (Pacheco e Paulo Sousa), outros aliciados (João Pinto, Rui Costa, Abel Xavier, entre outros), muitos foram, posteriormente, oferecidos, e os que foram adquiridos não tinham, na generalidade, a qualidade suficiente para vestir o manto sagrado.

Vivemos, igualmente, uma fase em que tudo era um problema, em que mal havia contas da água pagas, os jogadores eram apresentados com o manto vestido e posteriormente despachados sem contrato assinado, e sob enxovalhos públicos – para os jogadores (cortesia do, então, presidente), e, neste campo, tomemos como exemplo o caso Rushfeldt, e para o Clube. Chegámos ao ponto de ver Clubes a chamarem-nos de vigaristas (e com razão), fomos ameaçados pelas instâncias internacionais com a exclusão de provas, e vimos toda a credibilidade e bom nome amealhado durante décadas ser desbaratado por um louco, ora presidiário.

É neste cenário que nos chega Vilarinho, que se faz acompanhar de LFV, à altura o seu braço-direito, Homem-forte e futuro Presidente do Benfica.

É esta dupla, com toda uma equipa por trás, que refaz este Clube e que, nas palavras deles mesmos, “acorda o gigante”!

Hoje somos, se não o maior, um dos maiores Clubes do Mundo em termos de associados, e dos maiores em termos de receitas próprias, valor, nome, credibilidade, e tudo o que de bom um Clube, para ser dos maiores e melhores do Mundo, tem que ter e que não se consegue tocar!

Temos instalações ao nível dos melhores do Mundo, e somos um exemplo para os Clubes de topo, sejam eles de que continente forem!

Por isso, ainda mais me custa ver todas as críticas que, nesta rede social, li e vi ao longo dos meses! Há, inclusivamente, quem chegue a perguntar-me se o que eu quero é unanimidade, à laia da unanimidade Salazarista. E não. Não é isso. É apenas JUSTIÇA que quero. Justiça por todo um passado que esta Direcção e esta equipa Técnica têm ajudado a aumentar.

Há quem adore esquecer o que já foi dito e explicado acerca da exposição ao BES, acerca de contas consolidadas, acerca do aumento do património e suas consequências no futuro do Benfica (a relação expansão do CFC Seixal – Jogadores jovens parece incompreensível para muitos), acerca da aposta claramente feita para conseguir comprovar aos outros e a alguns (ditos) Benfiquistas que a hegemonia azul acabou…! Tudo isto, ao longo dos últimos anos, levou a que, este, tivesse de nos trazer um desinvestimento na equipa, com a cedência de activos e a aquisição de outros. Nessa altura, “caiu o Carmo e a Trindade”, aqui d’El Rey que o LFV e o JJ querem é sacar dinheiro, são uns burros que vendem mal e ao desbarato e não sabem comprar, etc., etc., etc.

Pois bem, continuamos a ganhar, a vender bem vendidos mais jogadores e…franca e pessoalmente, acredito que estamos a jogar bom futebol.

E, por agora, termino com duas questões para os críticos-crónicos do nosso Clube e que se dizem Benfiquistas:

a)      Onde estão as propostas de alteração à equipa técnica, jogadores ou política desportiva que, no melhor espírito desportista, pedi aos críticos para apresentarem afim de podermos ver e conhecer melhor a sua visão para o Clube?

b)      Só por curiosidade, em termos de capitais próprios e activos próprios, qual o maior problema de se irem buscar jogadores a custo zero ou a valor reduzido, como, por exemplo, o Jardel ou o  Talisca?

SAUDAÇÕES BENFIQUISTAS A TODOS