O discurso de Vieira

“Uma das coisas que geralmente acontecem em organizações com a dimensão do Benfica é que as pessoas se acomodam, conformam-se com aquilo que em determinado momento conseguiram alcançar.

A verdade é que o mundo não pára, cada dia há novas possibilidades de fazer coisas novas e de inovar, e o segredo para termos chegado até aqui é que ninguém no Benfica se acomodou, todos nos mantivemos atentos a novas soluções e a novas formas de fazer evoluir e avançar as Casas do Benfica.

A imagem uniformizada, os parceiros que conseguimos reunir para as Casas, a informatização e a ligação mais próxima ao Clube, tudo isto foram passos que demos nos últimos anos.

Não foi fácil, mas as coisas que valem a pena nunca são fáceis de conseguir.

Vejam a Benfica TV ou o Museu Cosme Damião que vamos inaugurar no dia 26 de Julho.

Fizemos uma verdadeira revolução dentro do Clube, e tudo isto só foi possível porque vocês acreditaram que todos juntos podíamos fazê-lo.

O que nos distingue em relação a outros é que fazemos coisas diferentes, mas acima de tudo fazemos bem e fazemos primeiro!

                                                                                                                                 

Acreditem, para mim, é um desafio enorme concretizar projectos que alguns dizem ser “impossíveis”.

Creio que todos nós já provámos que no Benfica não há impossíveis.

Lembrar-me do que encontrei no Benfica quando cá cheguei é a ferramenta mais importante que tenho e o maior estímulo que encontro para continuar a fazer coisas novas, para continuar a inovar, para continuar a fazer crescer o Benfica.

A nossa responsabilidade passa por acreditar sempre que podemos realizar tudo aquilo que imaginamos.

Quando deixarmos de acreditar, é sinal de que algo está mal.

É evidente que o Clube mudou muito na última década, e o meu compromisso é que essa mudança vai continuar.

Não estamos satisfeitos, queremos continuar a inovar, e as Casas vão continuar a estar no centro das nossas preocupações.

Fazendo uma análise dos meus mandatos, creio poder dizer que trabalhei com total dedicação e compromisso no sentido de garantir colocar as Casas no centro da nossa acção e estratégia.

É extraordinário o caminho que percorremos desde o Congresso dos Açores em 2007.

Desde então, houve grandes transformações, mas é evidente que nunca vamos conseguir agradar a todos, que haverá sempre coisas que não vamos conseguir fazer no imediato.

Mas, se olharmos para trás, é indiscutível o muito que conseguimos transformar em modernidade e eficácia as nossas Casas.

Se há algo que levo deste 3.º Congresso das Casas do Benfica, é a clareza da mensagem manifestada por todos vós em continuar a apostar na mudança, na melhoria e na proximidade das Casas do Benfica.

São testemunhas dos muitos quilómetros que tenho percorrido desde que cheguei ao Benfica, visitando e inaugurando Casas.

Nunca o fiz por obrigação, faço-o com gosto, mas, acima de tudo, faço-o por um enorme sentido de responsabilidade, porque sei que as Casas do Benfica são fundamentais na estratégia de consolidação e expansão do Benfica, quer seja em Portugal, quer seja no estrangeiro.

Neste Congresso, houve sessões de formação, sugestões, discussão sobre formas de melhorar serviços. Houve, enfim, uma vontade colectiva de continuarmos a percorrer o caminho que nos trouxe até aqui.

Mas houve também uma certeza: Todos os serviços que se podem encontrar no Clube vão estar à disposição dos sócios e adeptos nas Casas do Benfica. É mais um passo no sentido de garantir uma maior proximidade com os benfiquistas, estejam eles onde estiverem.

A nossa vontade de querer continuar a mudar e a melhorar ficou bem visível nos trabalhos de hoje.

O meu compromisso passa por continuar a dar total apoio ao desenvolvimento das Casas do Benfica, seja em Portugal, seja no estrangeiro.

Quero deixar uma palavra final de agradecimento à Universidade da Beira Interior, na pessoa do seu Reitor, pela cedência deste magnífico espaço onde decorreu o Congresso.

Agradecer, ainda, às unidades hoteleiras que apoiaram a realização do Congresso.

Acabo como comecei: o segredo para termos chegado até aqui é nunca estarmos satisfeitos com o que já foi feito, mas, sim, pensar sempre naquilo que podemos fazer a seguir. Vamos continuar assim!

Viva o Benfica!”

Foi claramente um discurso bem escrito para a ocasião, sem levantar ondas, navegando nas águas tranquilas dos feitos estruturais, passando ao lado dos desportivos e onde curiosamente não se ouviu uma única vez a palavra futebol. 

Sintomático de um certo desconforto com a solução seguida? Não me parece, mas estava à espera de mais qualquer coisa... Rui Costa, por exemplo, na inauguração de um torneio numa localidade contigua ao nosso estádio, tinha dito "vamos apresentar uma equipa forte" certamente sabendo que mais que televisões, que museus, o que a malta quer é uma grande equipa... mas isso foi o Rui Costa, o maestro.

Pode também indicar que finalmente, que Vieira se irá afastar do futebol e dedicar-se mais aos pilares funcionais do Benfica, área onde, aí sim,  se tem revelado um dos melhores Presidentes da história do clube: Longe do futebol, Vieira é Rei!

Já agora... se for de facto isto que tal começar com um departamento de comunicação a sério? A foto que encima este post foi retirada do 'nosso'(?) site: 

Alguém consegue imaginar uma foto mais imbecil para ilustrar uma reunião de Casas do Benfica? O Presidente sentado, em frente a uma plateia com 3(?) cabeças, num sofá de sala de espera de dentista, com uns fulanos sentados ao fundo de uma forma que parece que têm as cadeiras ao contrário. Surreal. Nem um espectáculo de stand-up seria assim apresentado.