Em busca do sócio perdido

Dizem os nossos pasquins, provavelmente através de um 'teaser' enviado da torre 'dasjantas', que o Benfica 'perdeu' 100.000 sócios.

Um jornalista mais avisado teria feito uma análise mais cuidada e poderia por exemplo escrever que o Benfica em 15 anos duplica o numero de sócios. Seria mais correcto, por ser exacto. 

Mas voltemos aos 100.000 sócios 'perdidos': Os estatutos do Benfica obrigam a uma grande transparência acerca dos donos do clube gostamos de saber quem são os donos (por isso é que somos os maiores) e de dez em dez anos fazemos um recontagem de quem manda ali. 

Numa década muita coisa mudou, faleceram milhares de ilustres Benfiquistas, entre eles o nosso Rei Eusébio, o nosso Capitão Coluna, o meu amigo Chico entre outros. Uma década é muito tempo - segundo as estatísticas, um homem tuga poder-se-á dar como feliz se viver 7 completas - Partindo até do principio de que grande parte dos sócios do Benfica o serão perto do final da segunda década de vida, teremos que um Benfiquista tuga, almejará a viver 5 décadas completas como sócio do Glorioso. Ora 1 década é precisamente 20% do tempo que um português poderá, estatisticamente, ser sócio do Benfica. Isto quer dizer que em 10 anos, 20% dos sócios do Benfica morrerão. É a lei da vida que não criou, ainda, excepções para os Maiores. 

É justo por isso concluir que nestes últimos 10 anos, 50.000 sócios do Benfica tenham falecido. E todos chorámos alguns deles. 

Portanto, perdidos, perdidos mesmo, temos apenas 50.000. 

No inicio de 2005, a quando da ultima contagem tínhamos em Portugal uma taxa de desemprego de 6,6%, em 2013 no pico da crise atingimos uma taxa de desemprego de 16,2%. Ou seja, se o desemprego fosse estático, seria justo pressupor que em 2013 houvesse mais 24.000 sócios do Benfica desempregados. 

Se dos 50.000 perdidos, 24.000 o foram por motivo de desemprego, ficamos apenas com 26.000 por outras razões.

Entre 2005 e 2014 saíram de Portugal 273.820 pessoas, praticamente 5% a população activa. Será por isso justo presumir que 12.500 sócios do Benfica tenham saído do país. 

Dos 26.000 desaparecidos, 12.500 tiveram de emigrar, sobram por explicar 13.500 sócios que deixaram de pagar as suas cotas nesta década, sem termos para isso nenhuma explicação para além da não quantificada nem comprovada da queda de rendimentos derivado da crise.

Concluindo: Em vez de sentimentos depressivos pelos que nos abandonaram, e apenas os 50.000 falecidos são de facto irrecuperáveis, temos de reagir à Benfica e fazer com que os números voltem outra vez para os 250.000 e isso só se faz de uma forma. substituindo os que saíram.

Se ainda não és sócio do Glorioso, clica ali na imagem acima e trata disso já hoje.