quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Excelente crónica de Leonor Pinhão




No sábado, a grande novidade que o Benfica apresentou aos seus adeptos no jogo com o Paços de Ferreira, na Luz, não foi Fejsa, um médio defensivo como não existiu em toda a temporada passada e que tanta falta fez. 
Nem foi a presença na equipa de um lateral-esquerdo certificado, como é o caso de Siqueira. Aliás, ouvi dizer no fim do jogo a um adepto eternamente exaltado que “não conseguimos ter um lateral-esquerdo a sério que faça um jogo completo”. Isto porque Siqueira acusou o cansaço da estreia e acabou por ser substituído quando ainda faltavam uns bons minutos para os 90.
A grande novidade do Benfica no jogo com o Paços de Ferreira também não foi, o que muito se lamenta, o facto de o Benfica ter conseguido fazer um jogo inteiro sem sofrer um golo, indício de debilidades que vem acontecendo sempre, em todos os jogos, desde o arranque da pré-temporada.
A grande novidade, o melhor da tarde, foi o Benfica ter conseguido fazer o 3-1, por Garay na sequência de um pontapé de canto, um minuto e meio depois do Paços de Ferreira ter reduzido para 2-1. Ora sabendo como andamos nervosos por razões bem conhecidas, materializou-se logo entre muitos de nós a pérfida ideia de ver o Paços em cavalgadas na busca do empate quando ainda havia tanto tempo para se jogar.
É o que dá ser-se pessimista.
Mas não. Tudo acabou por correr bem porque em minuto e meio “desmaterializou-se” a ideia de sofrer para ganhar um jogo em casa com o já citado Garay a acabar com a discussão.
Aqui está um sintoma de melhoras. Foi isso que registei.

Leio num jornal que Hélder, o nosso antigo defesa-central Hélder Cristóvão, actual treinador da nossa equipa B, acredita que o Benfica pode vir a fazer “um brilharete” na já corrente edição da Liga dos Campeões. Para já, começou bem. Refiro-me ao Benfica que venceu anteontem o Anderlecht, como lhe competia. Já iremos a esse assunto.
Mas, para já, estou com o Hélder. Acredito no brilharete. Aliás, acredito sempre no brilharete. Não porque seja supersticiosa, nada disso.
Só que o tempo tem-me dado razão. 
No ano passado, por exemplo, fizemos um brilharete na Europa chegando à final da segunda competição de clubes da UEFA e, se quisermos ser patriotas, fizemos outro brilharete no campeonato nacional, longuíssima prova em que jogámos sempre melhor, apesar de não termos nenhum Fejsa, acabando apenas por soçobrar à vista da meta perante o quase eterno campeão das últimas três décadas.
Se houvesse uma qualquer Liga do Brilharete teríamos, certamente, muitos títulos para gozar, interna e externamente. Mas não há.
Actualmente, ao que parece, estamos condenados a brilhar, mas só mesmo um bocadinho. Tal como brilharete, a palavra em si, sugere. Trata-se de uma alegria fugaz. O Hélder acredita no dito brilharete porque, muito pragmaticamente, brilharetes não nos têm faltado. E uma pessoa vai-se habituando, contrariada, mas vai.
Devo confessar que, por feitio, valorizo sempre todos os brilharetes da vida e neles encontro sobejos motivos para me deleitar em amáveis reminiscências,
Depois de ter pensado um bocado no assunto, arrisco-me a sugerir que passemos a valorizar imediatamente os nossos brilharetes do futebol. Convenhamos numa atitude toda ela diferente só para ver o que acontece.
Amemos os nossos brilharetes. Defendamo-los com unhas e dentes contra a falsa comiseração alheia. Celebremo-los com espumante francês ou com português, desde que seja de primeira qualidade.
Há dias encontrando-me com um grupo de amigos todos em grandes dificuldades para subir a pé uma escadaria até a um quinto andar, sem elevador, ouvi de um outro amigo, mais expedito e melhor filosofo este maravilhoso comentário à miséria alheia:
- Custa-vos a subir porque não valorizam a descida!
É isso mesmo.

Pelos vistos ainda não acabou o mercado de Verão. Não há, portanto, maneira de termos sossego. Leio que o Nápoles está interessado em Witsel e que o negócio pode vir a ser feito. De Witsel guardo a memória de um jogador de superior qualidade que passou uma época pelo Benfica e que a todos encantou. A mim, encantou-me muito. Apreciei até o facto de se ter esforçado por falar em português apesar de nem ter estado um ano inteiro no nosso país.
Quando saiu para o Zénite de São Petersburgo, logo houve quem lamentasse tão pouco profícuo destino para um jogador da sua categoria. Poderá seguir agora para o Nápoles que também não é propriamente um emblema que rivalize taco-a-taco com os actuais gigantes do futebol europeu.
O primeiro diagnóstico é sempre de origem financeira. Witsel, um jogador muitíssimo acima da média, só se interessa por dinheiro e irá sempre ao encontro de quem lhe pague melhor independentemente do pedigree do comprador. É isto que muita gente diz.
Pela simpatia que nutro pelo belga quero crer que não é este o seu caso. 
Witsel, antes pelo contrário, está-se perfeitamente nas tintas para o dinheiro. Tal como se está marimbando para o nome e o historial do clube que vai representar. É um tipo inteligente, atenção. Do que Witsel gosta é de viajar e, à boleia do seu trabalho, conhecer e viver uma temporada em cidades absolutamente maravilhosas e únicas como Lisboa, São Petersburgo e Nápoles. 
E só por isso o considero um privilegiado.

Quarenta e oito horas depois de ter assinado um contrato que o transforma no jogador de futebol bem mais pago do mundo, Cristiano Ronaldo não perdeu tempo a corresponder com um “hat-trick” à confiança em si depositada. E não foi um “hat-trick” qualquer. Foram logo três golos apontados num jogo a contar para a Liga dos Campeões, a alguns milhares de quilómetros do Santiago Bernabéu, o que ainda valoriza mais o feito.
Como gosto muito de futebol, gosto muito de Cristiano Ronaldo. È um jogador brutal. Também gosto muito do Eusébio que não vi tantas vezes jogar quantas as que já vi Cristiano Ronaldo. E se vi mais, lamento, não me lembro. Questão de idade.
A questão que está hoje na ordem do dia, colocada pelos arautos da pequenez nacional, é precisamente esta: será que se pode gostar de Cristiano Ronaldo e de Eusébio? Gostar dos dois ao mesmo tempo? Dizem-nos que não. Que ou se é de um ou se é do outro.
Comigo não contem. Para mim, são os dois.
E por isso me considero uma privilegiada.

Anteontem, no jogo com o Anderlecht a grande novidade da equipa do Benfica foi, finalmente, o facto de ter chegado pela primeira vez nesta temporada ao fim de um jogo sem ter sofrido um golo. Já era tempo.
E aqui temos outro sintoma de melhoras no paciente.
Para a generalidade dos observadores, foi muito fácil de apontar a justificação para este milagre do Benfica não sofrer nenhum golo em 90 minutos, mais os descontos: chama-se Fejsa o responsável pela inviolabilidade da baliza de Artur. 
Os adeptos ficaram encantados com o médio defensivo sérvio não só pelas qualidades evidentes do jogador mas também porque, valha a verdade, os adeptos já tinham saudades de ver um médio defensivo qualquer em campo.
E porque Fejsa pegou de estaca e nem precisa de ser moralizado, toda a gente acredita nele e eu também, aponto convictamente outro responsável pela recém-estreada inviolabilidade da baliza de Artur: o próprio Artur.
Esteve muito bem o guarda-redes do Benfica no jogo com o Anderlecht. Impecável melhor dizendo. E este precisa de ser moralizado, não concordam?

5 comentários:

  1. Cara Leonor Pinhão,não creio k a diferença tenha sido,entre ter tido Fejsa ou nã oter tido,para o Benfica não sofrer golos,kuanto a mim a diferença foi,nos homens do apito,onde uns não vêm pk não kerem,um fora-de-jogo nítido,e, outros k o vêm,pk existiu.Só isso meu caro carlso Alberto,abraço

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  2. Mas alguém acha que o Proença ou o Olarápio assinalavam fora de jogo naquele livre que ninguém tocou na bola?????? Daí ter de ser na Europa que fiquemos com a retaguarda a zeros...

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  3. acho q não se deve tirar o devido valor que teve o matic na época transata porque não foi porque não foi pelo medio defensivo que perdemos o campeonato anterior nem a liga europa mas sim por outras más escolhas e não estou aqui a criticar o treinador mas em algumas posições tinha melhores pala por como no jogo do titulo e pela falta de coragem de as vezes jogar feio como foi o caso no dragão que por mim aquele merdas nos descontos tinha ido era logo po estaleiro nem q levasse vermelho por era mais fácil defender um livre do que deixa-lo quase sozinho num contra taque mas o pior foi o Carlos martins que detonou a primeira bomba com merdas q pra mim jogadores profissionais não as podem ter para alem d serem indesculpáveis rua com ele...

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  4. Finalmente!Obrigada Leonor, enorme!
    Também gosto dos dois e então?? Pequenina esta luta estéril e as tentativas de puxar para a clubite.
    São brutais, são de Portugal e do Mundo e só devemos é ter orgulho no que foi um e no que é o outro!

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