A falta de ética do Provedor para a ética

O Provedor para a Ética no Desporto (alguém sabia que isto existia ou é daqueles quadros que são criados para a lagartada supranumerária?), o Dr. Sérgio Abrantes Mendes publicou a partir da Costa da Caparica o seguinte artigo:

«Todos temos a noção da importância social, económica, política e cultural, desde sempre, evidenciada pelo Desporto, assumindo-se como fenómeno de multidões que, em muitas circunstâncias, é susceptível de provocar emoções e arrebatamentos de inegável impacto social que, não raro, atingem parâmetros de expressão quase irracional.

Não admira, pois, que em momentos de crise generalizada, como actualmente sucede à escala nacional e internacional, se reclame um especial cuidado e atenção da parte de todas as entidades e personalidades com especiais obrigações no mundo do desporto, sobretudo, para prevenir a eclosão de fenómenos de inegável cariz anti-social.

Respeito, fair play, amizade, educação, responsabilidade, são alguns dos valores éticos que devem pontificar no quotidiano desportivo, qualquer que seja a modalidade considerada, constituindo a sua publicidade e prática um exemplo para os cidadãos, sobretudo, para as gerações mais novas.

Vêm estas palavras a propósito de uma troca de acusações entre dirigentes do Sporting Clube de Portugal e do Sport Lisboa e Benfica, ocorridas antes e depois do desafio de futebol disputado no passado dia 10 de Dezembro, troca de acusações essas que em nada contribuiu para a dignificação do Desporto Rei.

Não nos interessa, aqui e agora, imputar responsabilidades quanto aos infelizes acontecimentos ocorridos, para mais quando o que estava em causa era um simples jogo de futebol.

Com isto não pretendemos transformar o futebol nacional, em particular, um derby, num jogo amorfo e anódino sem qualquer ponta de emoção ou entusiasmo. O que exigimos é que, quer de um lado quer do outro, existam lideranças fortes, civilizadas que saibam transmitir às respectivas “tribos” os valores sobre os quais foram erigidos os sucessos clubistas e, ao mesmo tempo, a ideia e a certeza de que em Desporto não existem inimigos mas apenas adversários.

Neste contexto, ouso apenas deixar um simples conselho: “Tenham tento, meus senhores”.»

Se ao senhor não lhe interessava imputar responsabilidades o melhor que teria a fazer era ir ver os surfistas à praia, ir ver as vistas aos Capuchos ou até, ir almoçar ao Barbas que, apesar de ser do Benfica, serve bem todos os lagartos que lá se apresentam. 

Nesta situação em particular (onde o Benfica nem se dignou a responder ao Sporting) acusar os dois clubes de "uma troca de acusações que em nada contribuiu para a dignificação do Desporto Rei", é pouco ético bem como pouco, ou nada ético é o 'timing' da intervenção: O douto Provedor estaria talvez com alguma rede de pesca enrolada no teclado antes do jogo, onde o Presidente do seu clube fez de meia em meia hora um ataque ao Benfica e à honra do seu Presidente e o clube ao qual pretendia presidir, emitiu mais comunicados incendiando o ambiente, que jogadas de perigo da equipa nos últimos meses . 

Isto Senhor Provedor é falta de ética.