Que promessas de reinos, e de minas D'ouro, que lhe farás tão facilmente? Que famas lhe prometerás? que histórias? Que triunfos, que palmas, que vitórias?
É verdade, o Enorme Camões, sendo este excerto do Episódio do Velho do Restelo bem adequado ao desânimo (injustificado) q temos vivido nos últimos meses...
O inimitável Camões, tal como escreveu o grande Jorge de Sena em "Camões dirige-se aos seus contemporâneos":
Podereis roubar-me tudo: As ideias, as palavras, as imagens, E também as metáforas, os temas, os motivos, Os símbolos, e a primazia Nas dores sofridas de uma língua nova, No entendimento de outros, na coragem De combater, julgar, de penetrar Em recessos de amor para que sois castrados. E podereis depois não me citar, Suprimir-me, ignorar-me, aclamar até Outros ladrões mais felizes. Não importa nada: que o castigo Será terrível. Não só quando Vossos netos não souberem já quem sois Terão de me saber melhor ainda Do que fingis que não sabeis, Como tudo, tudo o que laboriosamente pilhais, Reverterá para o meu nome. E mesmo será meu, Tido por meu, contado como meu, Até mesmo aquele pouco e miserável Que, só por vós, sem roubo, haveríeis feito. Nada tereis, mas nada: nem os ossos, Que um vosso esqueleto há-de ser buscado, para passar por meu, E para outros ladrões, iguais a vós, de joelhos, porem flores no túmulo.
Que promessas de reinos, e de minas
ResponderEliminarD'ouro, que lhe farás tão facilmente?
Que famas lhe prometerás? que histórias?
Que triunfos, que palmas, que vitórias?
Bravo.
EliminarIsto até inclui Camões...
EliminarTemos os melhores leitores ehehehe
Um abraço, FranciscoB
É verdade, o Enorme Camões, sendo este excerto do Episódio do Velho do Restelo bem adequado ao desânimo (injustificado) q temos vivido nos últimos meses...
EliminarO inimitável Camões, tal como escreveu o grande Jorge de Sena em "Camões dirige-se aos seus contemporâneos":
Podereis roubar-me tudo:
As ideias, as palavras, as imagens,
E também as metáforas, os temas, os motivos,
Os símbolos, e a primazia
Nas dores sofridas de uma língua nova,
No entendimento de outros, na coragem
De combater, julgar, de penetrar
Em recessos de amor para que sois castrados.
E podereis depois não me citar,
Suprimir-me, ignorar-me, aclamar até
Outros ladrões mais felizes.
Não importa nada: que o castigo
Será terrível. Não só quando
Vossos netos não souberem já quem sois
Terão de me saber melhor ainda
Do que fingis que não sabeis,
Como tudo, tudo o que laboriosamente pilhais,
Reverterá para o meu nome. E mesmo será meu,
Tido por meu, contado como meu,
Até mesmo aquele pouco e miserável
Que, só por vós, sem roubo, haveríeis feito.
Nada tereis, mas nada: nem os ossos,
Que um vosso esqueleto há-de ser buscado,
para passar por meu, E para outros ladrões,
iguais a vós, de joelhos, porem flores no túmulo.