Não faltou nada ao Benfica que foi no domingo a Coimbra vencer tranquilamente a Académica. Nem vontade de vencer, nem um Gaitán inspirado, nem os golos com que se constroem os resultados e as vitórias, nada faltou para o cumprimento da missão.
O que fez falta, então, ao Benfica – 5.º clube no ranking da UEFA e duas vezes consecutivas finalista europeu - para não passar por esta vergonhazinha com quem ninguém contava de se ver afastado da Europa em Novembro?
Fez-lhe falta o Oblak? Ou o super-Garay? Talvez o Siqueira? E o Markovic? E o jeito que teria dado o Rodrigo? E o Fejsa, quando é que fica bom?
Toni, que como treinador foi campeão nacional e ainda levou o Benfica a uma final da Liga dos Campeões – portanto sabe do que está a falar -, explicou-nos no dia seguinte à desilusão europeia que este Benfica de 2014/2015 perdeu qualidade por comparação com aquele praticamente imparável Benfica de 2013/2014.
Alguém tem dúvidas sobre o juízo de Toni? Pois claro que não.
É verdade que o Benfica perdeu qualidade, e muita, e que o tempo da reconstrução carece de isso mesmo… de tempo. Mas também de obreiros à altura dos que se foram embora e foram-se muitos e bons.
O Benfica não teve sorte no grupo onde foi calhar? Não, não teve.
Ai, se nos tivesse calhado um Maribor… - lamenta-se.
Ai, se nos tivesse calhado um Bate Borisov… - continua-se a lamentar.
De fatores externos, estamos conversados.
No que diz respeito a lamentos de fatores internos também se pode elaborar uma listazinha pérfida:
Ai, se o Jonas tivesse sido inscrito a tempo…
Ai, se o Júlio César tivesse começado a época na Luz…
Ponto final é ponto final. Pela minha parte estão encerradas as lamentações sobre o tema europeu. Acabou-se, está acabado. O jogo da próxima semana com o Leverkusen é para cumprir calendário com os serviços mínimos de dignidade de modo a que ninguém se magoe e fique de fora dos dois importantíssimos jogos que se seguem: o Porto para o campeonato e o Braga para a Taça de Portugal.
Antes disto convém absolutamente vencer o Belenenses na Luz. Com todo o respeito pelo Belenenses, naturalmente.
Aconteça o que acontecer ao Benfica até Maio, que é quando tudo se apresenta decidido, dificilmente escapará Jorge Jesus à fama e à crítica de ter “desprezado” as competições internacionais em prol da conquista do segundo título consecutivo de campeão que falta ao Benfica há três décadas.
No entanto, se Jesus conseguir transportar o seu Benfica até à revalidação do título, tudo (enfim… quase tudo) lhe será perdoado. E se é verdade que o treinador, olhando para o que tinha à disposição, apostou tudo no campeonato nacional, talvez lhe venham dar razão os seus detractores da actualidade.
No fundo, pertencem à mesma escola filosófica que na temporada de 2005/2006 chamou os nomes todos a Ronald Koeman acusando-o de, por vaidade pessoal, se ter marimbado no campeonato nacional dos portuguesinhos para fazer uns brilharetes notáveis, ainda que em vão, na Liga dos Campeões dos tubarões.
Lembram-se?
O Benfica de Ronald Koeman, o treinador que hoje brilha no comando do surpreendente Southampton, não demorou a desistir do título conquistado na época anterior pelo Benfica de Trapattoni mas chegou com estrondo e fanfarra aos quartos-de-final da Liga dos Campeões depois de afastar o Manchester United na fase de grupos e de afastar o Liverpool nos oitavos-de-final vendo-se, finalmente, arredado do sonho pelo Barcelona que haveria de conquistar o troféu, como era de esperar.
Choveram então críticas como picaretas sobre o holandês por ter optado pela prova mais mirífica e com mais “status quo” a nível mundial quando tinha o nosso campeonatozinho de trazer por casa à mão de semear. A verdade é que Koeman acabou por não ganhar qualquer uma das competições, embora se possa sempre ufanar de ter conquistado em Agosto de 2005 uma Supertaça Cândido de Oliveira numa final com o Vitória de Setúbal.
Este ano, Jorge Jesus já conquistou a sua Supertaça de Agosto. E ainda pode ganhar uma quantidade de troféus de que a gente gosta. É esta, para já, a sua enormíssima vantagem sobre Koeman e sobre as escolhas de Koeman. Se é que os treinadores fazem escolhas…
Felizmente que a anunciada, temida e desprezada (cada cor, seu paladar) aliança estratégica entre o Benfica e o Porto não é assim tão aliança nem tão estratégica, isto no campo do realismo puro e duro.
À primeira oportunidade, e como lhe competia, Pinto da Costa não perdeu o ensejo de recordar que o Benfica está fora da Europa. Aconteceu assim que terminou o jogo de mão-cheia com o Rio Ave, no Dragão.
Explicando as dificuldades da sua equipa nos primeiros quarenta e cinco minutos da partida com os vila-condenses, o presidente do Porto mencionou o justo desgaste provocado pelo jogo europeu a meio da semana fornecendo como exemplos vivos do seu pensamento os casos do Mónaco e do Zénite, vencedores na quarta-feira, e derrotados nos seus respectivos campeonatos no fim-de-semana que se seguiu às glórias europeias.
Zénite e Mónaco…pois, pois… olhem só do que se havia de lembrar.
Houve, no entanto, benfiquistas que, cheios de boa-fé, até descortinaram um ténue rasgo de simpatia e de consolo nas palavras de Pinto da Costa sobre o assunto Europa e sobre o assunto Benfica fora da Europa. Talvez estejam certos. O que só torna o assunto mais melancólico.
O Boavista de Petit foi goleado na Madeira e, para ajudar à desgraça, viu três dos seus jogadores expulsos e, por isso mesmo, impedidos de defrontar o Sporting na próxima jornada do campeonato. Como o “plantel” do Boavista não é propriamente rico, muita falta lhe devem fazer as três forçadas ausências no próximo fim-de-semana.
Durante largos anos no final do século passado o Sporting alimentou um trauma nas deslocações ao Bessa onde dificilmente conseguia pontuar. Foi na era do “Boavistão”. Mas as coisas mudaram muito, como é do conhecimento público.
Na próxima sexta-feira, difícil de contornar pela equipa de Marco Silva apenas será o relvado de plástico do Estádio do Bessa e o espírito excessivamente indomável da equipa do Boavista que, sendo verdade o fenómeno de cada equipa tomar a personalidade do seu treinador, tudo vai fazer para reavivar a velha tradição.
Independentemente das circunstâncias altamente desfavoráveis ao Boavista, qualquer jogo em que se meta com um dos três “grandes” será sempre um clássico. História é História. E cá estaremos para ver.
Assistindo através da televisão ao Académica-Benfica houve um momento em que desejei – e desejei muito – que o pobre do Samaris ainda não tivesse aprendido uma única palavra da nossa língua depois de uns quantos meses a jogar em Portugal.
Que o desconchavado grego seja lento, de preferência lentíssimo, na intimidade com o nosso idioma, mesmo nas suas expressões mais vulgares, a ver se sobrevive moralmente incólume ao raspanete que levou do “mister” mesmo juntinho a um microfone postado na relva e que tudo captou. Raspanete, aqui, é um eufemismo, naturalmente.
Abel Xavier vai tomar conta do Farense, atual 12.º classificado da Liga 2.
Noutros tempos, ainda recentes, dir-se-ia que o Farense, 12.º classificado, ocupava os lugares finais da tabela. No entanto, com o alargamento da antiga segunda divisão para 24 clubes – que loucura -, o Farense, 12.º classificado, ocupa precisamente o meio da tabela.
Felicidades, é o que se deseja ao Abel Xavier neste seu novo desafio como treinador.
Dez mil adeptos do Benfica deslocaram-se até Coimbra para apoiar a sua equipa no jogo com a Académica. O estádio estava bem composto e os adeptos benfiquistas deram o tempo, o dinheiro, a deslocação por bem empregues porque a equipa ganhou com clareza e nem houve lugar a sofrimentos.
Pena que não regressassem a suas casas inteiramente felizes e orgulhosos, tudo por causa do comportamento delinquente de uns quantos, poucos, que se deliciaram a explodir petardos provocando uma inevitável intervenção da polícia e o consequente embaraço para as nossas cores. Não se acaba com isto?
Correm notícias de que Pedro Proença está zangado com Vítor Pereira e ameaça não mais apitar um jogo que seja em Portugal. Apoiado! Melhor dito, apoiadíssimo!
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